Biofilia, Arquitetura e Design de Interiores

A primeira imagem que nos vem à cabeça tratando-se de projetos biofílicos é a presença de vegetação, seja internamente ou em fachadas. Jardins verticais, vasos, hortas, floreiras… Utilizar plantas na decoração ou até mesmo como parte das construções traz inúmeros benefícios sensoriais. Telhados verdes, por exemplo, ajudam a regular a temperatura interna, deixando o clima muito mais agradável e relaxante. Sem contar que as plantas são purificadoras e ajudam a melhorar a qualidade do ar dentro dos ambientes.

O uso de materiais naturais como a madeira, pedras e bambu, faz parte do design biofílico. Estudos demonstraram que a madeira, por exemplo, relaxa o sistema nervoso autônomo, diminuindo as respostas relacionadas ao estresse. Além disso, essas matérias-primas oferecem uma variedade enorme de texturas e padrões que encontramos na natureza e nos ajudam a reproduzir esses cenários no design de interiores. Na decoração, os têxteis e as peças de cerâmica são ótimos complementos visuais e sensoriais.

Fugindo das tendências minimalistas com foco no design contemporâneo, o design biofílico valoriza elementos curvilíneos que remetem às formas que encontramos na natureza. As construções em linhas retas e rígidas podem ser amenizadas através dos detalhes decorativos curvos, que deixam o visual mais fluido e relaxante.

O conforto visual e térmico pode ser atingido através da própria arquitetura, com implantações que valorizem as correntes de ar e também a incidência de luz natural. Ambos são muito importantes para a saúde do ser humano. Enquanto a luz do sol equilibra os nossos ritmos circadianos, uma boa ventilação ativa a circulação do ar promovendo a sua renovação. Por isso, é importante abrir as janelas todos os dias e aproveitar os seus benefícios.

A integração dos ambientes com a natureza do lado de fora dos edifícios também se mostra vantajosa para o bem-estar das pessoas. Ter vista para um jardim bonito já é suficiente, mas quando possível, a abertura de vãos que unem espaços internos e externos é ainda mais interessante. Apesar de nos sentirmos mais seguros em lugares fechados, observar a natureza e seus ciclos transmite muita paz e serenidade. 

Biomimética é uma área da ciência que busca aprender com os mecanismos e estratégias da natureza, para assim utilizar esse conhecimento em diferentes domínios e consequentemente, na vida cotidiana. A arquitetura biomimética observa a natureza em busca de soluções eficientes e que garantam processos sustentáveis. Mais do que copiar as suas formas ou utilizar suas matérias-primas, essa corrente da arquitetura busca uma reformulação das cidades e das edificações com base nos princípios que estão por trás das formas e sistemas naturais.